Considerando os meus erros
E pequenos acertos
Eu me achei no direito
De ao menos pedir
Um alívio pro meu peito
Menos peso pro meu dia
Na carência dos meus beijos
Maldito bem da poesia
Considerando o naufrágio
E a rotina dos barcos
Eu me achei no direito
De ao menos pedir
Tempo claro pro meu rumo
E nos temporais da febre
De quem fuma, de quem bebe
As longas noites vazias
Eu sou o homem comum
Eu sou a mulher da rua
O vagabundo poeta
O navegante da lua
Considerando os meus erros
E modestos acertos
Eu me achei no direito
De ao menos pedir
Que o claro cruel da lua
Que o fogo feroz do dia
Paguem o preço das lembranças
Das longas noites vazias