Leny Andrade Leny Andrade - Saudades da Guanabara

Eu sei
Que o meu peito é uma lona armada
Nostalgia não paga entrada
Circo vive é de ilusão, eu sei

Chorei
Com saudades da Guanabara
Refulgindo de estrelas claras
Longe dessa devastação (e então)

Armei
Piquenique na Mesa do Imperador
E na Vista Chinesa solucei de dor
Pelos crimes que rolam contra a liberdade

Reguei
O Salgueiro pra muda pegar novo alento
E plantei novos brotos no Engenho de Dentro
Pra alma não se atrofiar (Brasil)
Brasil, tua cara ainda é o Rio de Janeiro
Três por quatro na foto e o teu corpo inteiro
Precisa se regenerar

Eu sei (ah, eu sei!)
Que a cidade hoje está mudada
Santa Cruz, Zona Sul, Baixada
Vala negra no coração

Chorei, chorei (ah, chorei!)
Com saudades da Guanabara
Da Lagoa de águas claras
Fui tomado de compaixão (e então)

Passei
Pelas praias da Ilha do Governador
E subi São Conrado até o Redentor
Lá no morro Encantado, eu pedi piedade

Plantei
Ramos de Laranjeira foi meu juramento
No Flamengo, Catete, na Lapa e no Centro
Que é pra gente respirar (pois é)

Brasil (ah, Brasil)
Tira as flechas do peito do meu Padroeiro
Que São Sebastião do Rio de Janeiro
Ainda pode se salvar

Brasil, Brasil (ah, Brasil)
Tira as flechas do peito do meu Padroeiro
Que São Sebastião do Rio de Janeiro
Ainda pode se salvar
Brasil